sexta-feira, dezembro 08, 2006

Odores Estranhos

Nunca vos aconteceu irem de carro com alguém e a dada altura da viagem o carro ser inundado por um cheiro estranho... como se alguém se tivesse descuidado?
Pois é claro que já vos aconteceu e normalmente além do carro ser inundado por esse cheiro, também é inundado por um incómodo silêncio. Já alguma vez se perguntaram acerca da razão para este silêncio? Há sempre uma razão para tudo...
Se no carro forem mais de duas pessoas, perdemos algum tempo a pensar que a pessoa que não se descuidou pensa que fomos nós e que a outra pensa que como há mais uma pessoa no carro ninguém vai dizer nada, para não envergonhar alguém. O caso já muda de figura quando vão apenas duas pessoas no carro, visto que cada uma das pessoas pensará que o descuido será de quem leva ao lado... Claro que isto acontece se forem sexos opostos ou se as pessoas nao tiverem muita confiança umas com as outras...
Da próxima vez que vos acontecer isto digam algo do género: "Caiu alguma coisa a alguém?"
Assim acabam-se as dúvidas... Sempre sem medos.

domingo, dezembro 03, 2006

Deixar de Fumar Também Mata...

Parece que eu estou de parabéns e pela primeira vez na minha vidinha fico sem fumar durante uma semana consecutiva, o que por si só já é um feito notável. Mas felizmente ou infelizmente tenho amigos que me disseram que deixar de fumar de um dia para o outro (como foi o caso) faz muito mal à minha saúde, o que me leva a perguntar "O que me fará pior, deixar de fumar ou fumar?"
Eu sei que algumas das pessoas que morrem de cancro do pulmão nem sequer são fumadoras, mas daí a ser perigoso deixar de fumar... Não entendo. Será que é um grande choque para os pulmões deixarem de receber nicotina, ou será que o facto de o meu sangue transportar menos dióxido de carbono me faz pior que receber mais oxigénio?
Estou confuso, mas certo de que deixar de fumar me fará muito melhor. Agora o fumo do cigarro incomoda-me e agora compreendo os que dizem que mesmo na ruas devia ser proibido fumar, pois ninguém é obrigado a levar com o fumo de outras pessoas fumadoras, nem muito menos a mudar de passeio para o evitar.
Ainda é cedo para dizer que deixei de fumar de vez, mas há coisas que me incomodavam já como fumador e que agora respeito muito mais.
Resta-me esperar que o acto de deixar de fumar não me mate.
Aqui para nós... a única coisa que eu achava engraçado quando fumava era ver o fumo sair-me da boca, mas para isso há o inverno e é bem mais saudável. As bolinhas de fumo e o cigarro depois do café também é fácil de acabar com o hábito... as bolinhas acabam-se com elas, porque para além de se ficar com boquinha de chuchu, o acto em si é estúpido e o cigarro depois do café também é fácil de erradicar... acabou-se o café.

Beijos e abraços e desejem-me sorte

terça-feira, novembro 28, 2006

Correio Electrónico Oficial

Caras pessoas que visitam este blog...
Tenho o prazer de dar por iniciada a nova temporada deste blog que a partir de hoje conta também com e-mail, que é istoeaquilo.blogspot@gmail.com e que o poderão encontrar no canto superior direito, mesmo por baixo da Caixa do Título deste blog.
Pretendemos com esta nova temporada tornar o blog e os posts mais interactivos. A partir de hoje e deste momento poderão dar sugestões, criticar (ainda mais), dizer o que vos vai na alma, falarem-nos dos vossos problemas ou fazerem mesmo perguntas (por mais estúpidas que sejam).
Aguardamos (desesperadamente) por um primeiro e-mail.

Caso nos escrevam e se não quiserem que falemos do vosso e-mail num post, caso haja oportunidade, por favor refiram-no quando nos escreverem.

Beijos e Abraços

sexta-feira, novembro 24, 2006

Mas que raio de mães andam por aí?

Foi há já algumas semanas atrás que, no transporte que me levava a casa, vi uma senhora com um saco numa mão e o seu filho (filhinho, para quem preferir...) na outra (não, não é por isto que escrevo).
Ora bem, esta senhora muito simpática começou por me tirar o lugar do comboio, só porque estava cansada (é que andar às compras cansa mais que trabalhar), o que eu compreendo, visto que vinha com o seu filho.
Depois de se sentar confortavelmente no degrau das escadas do comboio (comboio de dois andares, uma coisa nova que existe há bastante tempo em Lisboa, para quem não saiba) sacou do maravilhoso saco branco uma engenhoca qualquer para dar ao miúdo. O miúdo abriu logo a embalagem que o selava, apesar da mãe repetir várias vezes para não o fazer.
Aberto o jogo ou lá o que era aquilo, o miúdo tentou então montá-lo, mas sempre que o tentava fazer a mãe tiráva-lho da mão e tentava ela montar, mas sem sucesso. Repetido o processo do toma-lá-dá-cá vezes sem conta, a mãe apercebe-se de que o pacote tinha instruções (incrível, não é?) e tentou montar, mas mesmo assim sem sucesso...
Entretanto chegou a estação em que a senhora-mãe-da-criança saía e foi aí que pensei (razão deste post)...
Mas estes brinquedos são didácticos e existem para que as crianças aprendam e desenvolvam a capacidade de raciocínio, não para que os pais os tirem das mãos e os montem eles.
Deixo aqui então um pedido para todas as mães que leiam este post (devem ser bastantes... com a quantidade de amigas que tenho grávidas):
-Neste Natal e visto que é agora que compram brinquedos para os vossos filhos, não facilitem a vida ao puto, deixem-no aprender por si só e vocês divirtam-se com os vossos parceiros, caramba.
E com este meu pensamento do dia vos abandono por mais algum tempo (espero que pouco).
Até Breve.

Comentários

Olá pessoas que lêem este blog e mais concretamente este post.
Não estou de modo algum insatisfeito com os comentários, muito pelo contrário, estou a gostar de os ler e a Renata também (Renata, diz que sim...), mas é sempre a mesma pessoa a comentar.
Como raramente temos mais alguém a comentar que não seja o Anónimo, gostava de agradecer a este todo o apoio e críticas que tem feito ao longo dos meses de existência deste blog. Claro que não me esqueço de todos os outros, mas ele foi quem mais comentou.
O meu muito obrigado ao Anónimo por nos ajudar a crescer. Já agora peço-te que podes sempre dar sugestões, os que já comentaram algum post podem continuar a fazê-lo e os que nunca o fizeram, estão à espera de quê?

Beijinhos e abraços...
... e que a vossa identidade vos acompanhe... sempre.

domingo, novembro 19, 2006

A bela da Ressaca

Estou de ressaca.. é oficial e doloroso! Já há uns tempos que não vivia esta sensação de mau estar físico e psicológico. Estou cansadissíma, sinto o corpo a pedir para dormir e não consigo devido aos tormentosos flash back's de uma noite bem bebida.

O que mais me irrita nas ressacas é a sensação de estar deprimida. Não sei se é geral.. mas no meu caso, as ressacas estão sempre associadas a noites decadentes, devido ao facto de ter bebido demais e consequentemente ficar com uma fraca capacidade de discernir seja o que for. Detesto beber até ao ponto de ter brancas e me arrepender das coisas que faço.. o descontrolo de uma bezana excessiva mata-me! Irrita-me não poder acordar e estar de consciência tranquila.. sem estes flash back's que não me deixam estar de cabeça erguida. E o pior é que surgem em qualquer altura, no meio de uma conversa que não tem nada a ver e puff mais um!! Não dão descanso! Depois fecho os olhos, por um segundo, em sinal de reconhecimento e embaraço.. sim sei que passaste pela minha mente.. atormentaste-me!

Isto parece um profundo exagero, e até é, eu reconheço.. Não fiz nada assim de tão grave.. mas torno-me uma Renata que eu não gosto. E quando acordo fico irritada comigo por passar uma imagem minha que não condiz em nada com aquilo que eu sou.

Aliás, por falar em passar uma imagem daquilo que eu não sou.. Quem sou eu? (Isto de andar a ler livros existencialistas tem destas coisas). O Luigi Pirandello anda-me a assombrar até mesmo em dias de ressaca! A minha cabeça já está a voar em pensamentos sobre os problemas intrínsecos da espécie humana e em particular da espécie Renata!

Bem, mas isto para dizer que esta fase introspectiva não ajuda em nada a passar a ressaca com serenidade!

Nada mais tenho a dizer... creio mesmo que já dei uma importância excessiva a esta ressaca! Não me vai apanhar tão cedo outra vez..

domingo, outubro 29, 2006

Um, ninguém e Cem mil.. Parte I

" Sejamos sinceros: nunca vos passou pela cabeça quererem viver-se. Esperam viver para vocês, e fazem bem, sem pensarem naquilo que, entretanto, possam ser para os outros; não porque a opinião alheia não vos interesse para nada, porque vos interessa e muito; mas porque vivem na ilusão tranquila de que os outros, de fora, devem ter de vocês a imagem que vocês têm de vocês próprios.

E se depois alguém vos faz notar que o vosso nariz descai um nadinha para a direita.. não?, que ontem disseram uma mentira.. nem assim?, pequena, uma mentira pequena, vamos lá, sem consequências.. Em suma, se por vezes têm uma leve sensação de não serem para os outros os mesmos que para vocês, que fazem? (Sejam sinceros)"

Luigi Pirandello

quarta-feira, outubro 25, 2006

Páginas Soltas

A maioria das pessoas tem um caderno para escrever isto e aquilo que lhes apeteça escrever.. e aquele caderno está dedicado a isso mesmo. Eu, pelo contrário pego numa folha, guardanapos, o que estiver à mão para passar para o papel os meus sentimentos da altura. Quando chego a casa, espalho-os, ora ponho em cima da cama, da secretária.. isto quando não ficam nos bolsos das calças que vão para lavar e nunca mais os vejo.
Volta sim, volta não, quando resolvo arrumar o meu quarto, encontro algumas dessas folhas soltas.. leio.. ás vezes gosto e acho que estava inspirada, outras vezes penso, que parvoíce.. que idade é que eu teria quando escrevi isto!
Na minha mais recente arrumação encontrei imensas coisas que marcaram a minha infância com a minha irmã e com a minha prima. Eramos umas miúdas muito à frente.
Encontrei umas letras que nós escreviamos, muito revoltadas com o mundo, embora só tivessemos 10 anos.
Ler aquilo fez-me lembrar com imensa saudade as nossas lutas na piscina na boia gigante da joão, a casa velha da Maria.. a cozinha e a casa de banho destinada ás experiencias dos cremes, os quais a avó São simpáticamente fazia de cobaia.. As maldades com a Iris a dizer-lhe que ela tinha nascido no caixote do lixo!
E quando resolvemos ser empresárias e decidimos ir roubar amoras e pinhões na escolinha e vender no muro com uma caixa registradora da chico! Não esquecer as pastilhas que eram a grande atracção e que nós iamos comprar ao café e vendiamos mais barato! Desde cedo se notou a nossa vocação para o negócio!
Ahhh e a mítica fuga ao homem da motoreta que era maneta!! Lindo, lindo.. e quando me pregaram aquela mentira do dia das mentiras sobre o leão que fugiu do jardim zoológico e que não podiamos sair de casa porque achavam que o leão estava no algarve! E eu, que para me vingar, inventei que o jardineiro queria falar qualquer coisa (que já não me lembro bem o quê) com a mãe e que acabou por ser mesmo verdade.. (saí-me bastante mal)!
O maluco do Pedro que nos punha a conduzir o Skoda com almofadas debaixo do rabo!
A gaivota que nos roubou a bola das raquetes, que um simpático rapaz com a sua prancha foi resgatar...
Aquelas camas que ficaram sem molas de nós tanto saltarmos em cima delas a cantar músicas contra o Cavaco Silva.. (com as nossas vastas noções sobre política)!
E quando o teu Zé Paulo nos mostrou Prodigy.. não lembra a ninguém pôr miúdas com 10/ 11 anos a ouvir Prodigy.. mas nós adoramos.. adormeciamos a ouvir o Music for the Jilted Generation, mas saltavamos sempre a primeira música porque tinhamos medo! eheh Era assustadora! E a escolha de Prodigy como banda sonora para adormecermos fazia prever umas crianças muito desequilibradas!
Recordo estes momentos com imensa saudade e com um sentimento de felicidade incontrolável! Tivemos uma infância cheia de coisas boas.. e o melhor é nem continuar porque de repente já me estava a lembrar de mais 30.000 coisas! As imitações de Pedro Abrunhosa, a bisca debaixo dos lençóis, as competições músicais com o manson..tchi.. foi tudo muito fixolas!! :)
Não sei se isto interessa a alguém, mas deu-me tanto gozo e fez-me tão feliz que quis partilhar.. sei que quem viveu estes momentos connosco se vai sentir tão feliz ao recordá-los como eu me estou a sentir agora!
Que saudades da nossa inocência!
Um beijo a todos e..
ps-> que venha o fim de semana manal!!

terça-feira, outubro 24, 2006

Um Hino a Portugal

Li um texto que me fez recordar a minha primeira aula de Marketing do 2º ano, onde tive uma agradável discussão com esse fantástico professor, Pessoa Lopes, sobre as minhas noções patrióticas.
Tudo começou porque durante o seu discurso da primeira aula, em que falava nas abordagens da sua disciplina e na forma como deviamos encarar o curso, nos incitou a sair de Portugal.
Eu, muito indignada e convicta de que, se todos pensarmos assim nada vai evoluir no nosso país.. que podemos fazer cá dentro o que se faz lá fora.. que se somos bons no estrangeiro também o podemos ser cá dentro.. Acredito que temos todas as potencialidades do mundo para sermos os melhores se quisermos e acreditarmos em nós.
Já não se aguenta o discurso negativista de que somos uns preguiçosos e aldrabões.. E toda a gente fala como se fossem os outros.. eu não penso assim mas os outros pensam e eu sozinho não consigo fazer nada.. Somos mesmo coitadinhos! Nunca nos ocorreu (é realmente uma ideia rebuscada) que se fizermos cada um, dentro das nossas possibilidades, algo que contribua para o desenvolvimento do nosso país, na globalidade isso iria dar os seus frutos..!?
Para estimular esse pensamento colectivo e deixando-me de moralismos vou deixar aqui um texto que adorava já ter lido quando falei com o meu professor.
"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade derecém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial detecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção defeltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis eos vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeiraonde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha,Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistemafinanceiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive –Portugal. Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP,Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, CriticalSoftware, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft,Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, masdirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anose anos obtêm grande sucesso junto das casasmãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugalum sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana) .
É este o País em que também vivemos. É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia. Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos – e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito. Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?"
Nicolau santos, Director – adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar

quarta-feira, setembro 27, 2006

Crise de Identidade

Ora viva! Já há muito que não contribuía com informação preciosa aqui para o nosso querido Blog! Pois hoje é o dia...!
Estava a assistir atentamente ao jogo do Sport Lisboa Benfica com o Manchester United, e a constatar mais uma derrota do nosso querido SLB, quando me ocorreu, que a águia associada a este mesmo clube tem o nome de Vitória. Pensei cá para mim (e estou agora a partilhar convosco), pobre ave de rapina, não basta tirarem-lhe a liberdade, ainda lhe dão um nome com o qual ela não se consegue identificar...
Estava a ficar tão embrenhada neste pensamente que parecia já estar a sentir os problemas de identidade desta águia que veio ao mundo, aparentemente, para sofrer.
Para me abstrair destes pensamentos resolvi mudar para o único canal onde podemos ter a garantia de que, qualquer programa que esteja a dar não nos vai fazer pensar... é ele... a TVI! Assim fiz, mas qual não é o meu espanto, quando verifico que estava a passar uma reportagem sobre os nomes que são dados aos bebés. As opções eram enúmeras e completamente estapafurdias, tudo em nome da originalidade dos papás! Por falar em má escolha de nomes.. voltamos nós à Vitória, a pobre águia. Achei que era um sinal, e que devia partilhar este pensamento com alguém, e heis que aqui estou a escrever isto!
Se calhar deviam chamá-la pantera negra, pelo menos com o Eusébio funcionou! Rap!
Para concluir optei por um raciocinio lógico dedutivo..

O benfica escolheu um nome inadequado para sua águia,
De acordo com a reportagem da TVI, existem muitos pais a escolherem nomes inadequados aos seus filhos,
As "estatísticas" dizem que a maioria dos portugueses são benfiquista,

Logo, é mau presságio ter pais benfiquistas!

Beijos e abraços e até à próxima!

quinta-feira, julho 27, 2006

Quais Descobrimentos!?

Olá e boa noite.
Apenas vos quero informar em primeiríssima mão que quem descobriu todas aquelas ilhas maravilhosas e países com praias paradisíacas, foram nem mais nem menos que os negros e indígenas que nos serviam de escravos (aqueles que tentaram procurar uma vida melhor noutros países... coitados..)
Porque dizemos nós que os descobrimos?
Porque fomos muito espertos...
Vou então contar-vos o que se passou...
Os africanos fugiram de todos os países onde estavam a ser escravizados e partiram em barcos feitos pelas suas próprias mãos...
Indo ao encontro desses tais países lindos e praias deliciosas.
Posto isto, embarcámos nas nossas maravilhosas naus topo de gama na nossa caça ao homem pelos "mares nunca dantes navegados". Quando chegámos a terra galgámos terreno à procura de alguém que tivesse um tom de pele um pouco mais escuro que o nosso e que não falasse o mesmo idioma que nós e trouxemo-los de volta para o nosso país...
Quando chegámos dissemos a toda a gente que tinhamos encontrado outros mundos e que somos "os descobridores"...
Somos uns tangas, como sempre.
Eu confesso que tangas só a raparigas (estou a brincar)...

segunda-feira, julho 24, 2006

Viagens ao Estrangeiro

Acabadinho de sair do trabalho fui-me enfiar numa loja... andava eu contente da vida à procura de algo para comprar quando oiço uma senhora perguntar a outra se a deixava ver uma coisa e dirige-se para as suas costas... Ia compor a camisa da outra. Quando se aproxima a outra apercebe-se que é dos botões que tinha atrás e que estavam desabotoados. Qual o comentário da dona da blusa? -"Ah, esta blusa também é daqui (loja), mas esta comprei-a em Itália. Sempre que a visto tenho de a abotoar até acima para que no se abra..." A outra senhora nem "ai nem ui"... se fosse comigo dizia-lhe qualquer coisa do género:
"Que engraçado... esta também a comprei no Japão... Mandei-a vir pela internet e foi super barata. E por falar em Itália... Ontem fui ao mercado lá do bairro e estava uma blusa como essa à venda e acredite que tem havido muita gente a queixar-se porque lhes dizem que as peças de roupa vêm de Itália e afinal é tudo mentira... Tem a certza que a comprou em Itália, ou foi ao mercado? Sabe que lhe sai mais barato pedir a alguém para que lhe traga as coisas de outros países? Assim, se mandar vir tudo de fora e se sempre que alguém lhe pedir para lhe ajeita o que quer que seja só porque veio desajeitada de casa para a comporem, poderá sempre dizer que essa peça veio de fora..." e depois de dizer isto podia deixá-la a pensar, caso eu não estivesse já a falar sózinho...
Sei que há pessoas que sentem necessidade em dizerem coisas que lhes podem parecer importantes, mas por acaso já se perguntaram se o que é importante para elas, também o é para os outros? Eu confesso que muitas vezes dou por mim a arranjar explicações para todas as dúvidas que as pessoas têm, mas será que elas as querem ouvir? Sinceramente acho que não, mas que me importa isso, se eu as quero dar, dou e ponto final...
Sempre que tiverem dúvidas não as coloquem à minha frente, se não sentir-me-hei forçado a arranjar soluções descabidas ou não. Boa sorte comigo e com as minhas teorias, que só quem me ouve sabe...
Boa tarde e Festa que amanhã faço anos

quinta-feira, julho 06, 2006

Carta, Só de Condução...

Longe vai o tempo em que recebíamos cartas de alguém. Outrora foram os tempos em que ficávamos ansiosos à espera de cartas de amigos/as, amizades coloridas à distância... Porque se perdeu tudo isto?
Já ninguém manda cartas a ninguém, porque agora é bem mais fácil e barato enviar um email.
O grande problema é que já ninguém, ou quase ninguém envia e-mails personalizados a quem quer que seja, hoje os únicos que circulam são aqueles que toda a gente diz que ignora e que não reenvia. Certo e sabido é que toda a gente os reenvia pelo sim pelo não...
Vejamos um exemplo...
Quantas vejes não receberam e-mails a pedirem-vos para enviarem o conteúdo desse mail a todos os vossos contactos para que a vossa conta no messenger não seja deitada abaixo, ou para que o vosso bonequinho do messenger nao passe a azul? Quantas vezes não recebem aqueles maravilhosos e-mails com imagens lindíssimas e poemas profundos que terminam sempre de igual maneira: "Esta cadeia não pode ser quebrada, envia este email a todos os teus contactos. Se não o fizeres nas próximas 48 horas, terás 6 anos de azar"...
Para vossa informação, nunca os enviei e o único azar que tive até agora foi mesmo receber sempre os mesmos e-mails.
Aprendam comigo que eu não duro para sempre e já sou velhinho e tudo...
Sabem de quem é a culpa disto tudo? É dos Correios de Portugal que em vez de proporcionarem um bom serviço à medida que vão aumentando os custos, cada vez têm uma pior prestação.
Viva o raio do e-mail...
Amigos, conhecidos e desconhecidos, contem-me as vossas peripécias, aventuras, desventuras, encontros e desencontros... Contem-me que tal vai a vossa vida profissional, estudantil, sexual...
O que tens para me dizer tu que leste este post?

terça-feira, julho 04, 2006

Pinta de Quem Gostaria de Ter Pinta

Foi hoje na minha curta viagem a casa pelo metro, que tive uma visão fantástica... um rapazito moreno com brincos daqueles que se parecem com os do Beckham, mas em vidro ou plástico e não em diamante, - daqueles tipos que se julgam com muita pinta, mas que no final não têm pinga de pinta - vinha na minha carruagem e estava-se a meter com umas miuditas que estavam mesmo em frente a este... Eu nestas coisas observo tudo e não é que este belo exemplar tinha uns belos ténis brancos da Puma® com a puma em grande na parte dianteira do pé em dourado, pena não ter tido a coragem para lhe dizer que para marcar cenário teria de ter escolhido um outro outfit mais vistoso e não o que envergava (ténis branco, jeans claros, t-shirt rosa e brincos rosa).
Aproveito para dizer a esse pintas através deste post, (embora duvide que saiba o que é internet) que com o ar de chulo que tinha devia ter saido na estação do Intendente e tentar a sua sorte, mas durante a noite.
Esta juventude está perdida... Já ninguém cria a sua própria imagem... para se ter pinta tem de se ser parecido com alguém famoso? É que se for assim eu quero ser parecido comigo mesmo :)

Títulos Académicos

Uma pergunta que me faço constantemente é porque será que nos cartões Multibanco e Visa se podem colocar os títulos académicos de quem os tem?
Há várias respostas a esta pergunta, mas não sei qual a mais acertada.
Eu digo-vos algumas das que me lembro...
1. Para que quando se insira o cartão no multibanco apareça no écran "Boa tarde Sr. Dr. XXX. Qual a quantia de dinheiro que deseja debitar na sua conta?"
2. Para que quando seja utilizado para uma qualquer transacção num qualquer estabelecimento comercial os vendedores lhe possam dizer: "Prof. Dr. XXX são € 165,00 paga em Crédito ou em Débito?"
Gostaria de saber se estas pessoas, aquando da renovação do B.I. perguntaram se podiam alterar o Nome para Professor Doutor XXX, ou Senhor Doutor YYY.
Qual a razão do título nos cartões? Sentem-se superiores de verem o título no cartão? Interessa a alguém que veja esses cartões? É algum indicativo do saldo bancário, ou é para demonstrar que se tem dinheiro?
Nada disso, estas pessoas sentem-se frustradas porque não conseguem ser felizes e não conseguem ser ninguém e assim sabem (julgam elas) que serão tratados de outra maneira... Pobres...
Vou fazer um novo cartão de Multibanco em que o meu nome seja "Exmo. Sr. Bruno"...
Não posso? Quem disse?

domingo, junho 11, 2006

Tomar Juízo

Meus caros leitores deste blog outrora deixado para trás por mim...
Quem vos disse que ao enviarem um email a 10 pessoas vos faria as pessoas mais felizes do mundo? Quem vos disse que o vosso boneco do messenger deixaria de ser verde para ser azul caso não enviassem um email a 10 pessoas? Quem voz disse que se enviassem um sms a 10 pessoas teriam não sei quantas sms ou chamadas grátis?
Por favor informem-se e em vez de encherem as caixas de correio das pessoas com coisas deste género façam coisas mais úteis, plantem uma árvore, escrevam um livro ou façam um filho, catano... Eu já não tenho idade para aturar este tipo de coisas, pá!!!
P.S.: Uma das crianças que estava a morrer e que precisava de ajuda já hoje deve ser um homenzinho/mulherzinha... Evitem enviar certos tipos de bacoradas que não interessam nem ao menino Jesus.
Já agora aproveito para dizer que dia 12 vai haver um jantar e que depois a festa segue para os lados do castelo de São Jorge, em Lisboa e que se não avisarem pelo menos 30 pessoas para irem à festa, uma maldição cairá sobre vocês e a vossa família, salvando-se apenas aqueles que vivam a mais de 5 kilómetros de Lisboa ou que não tenham disposição para festas, ou seja, os tristes... ah ah ah ah ah.
Vivam os Santos.
Amanhã é mais um dia de praia... Até que enfim. Enfim

Antipatia Para Que Te Quero...

Olá. Desde há já algum tempo que não escrevia coisas no blog, é certo, mas tenho andado um pouco ocupado... sou uma pesssoa bastante ocupada, como sabe quem me conhece.
Ora bem numa noite como estas - que faz algum calor - lembrei-me de escrever acerca da antipatia das pessoas e acerca do que eu penso sobre isso. Desde já gostava de desejar a todas as pessoas antipáticas que conheço uma boa noite de piri-piri no rabo.
A antipatia deve-se ao facto de as pessoas se julgarem mais que os demais, o que a meu ver não é uma visão correcta da coisa, pois se se julgam assim terão de ser mais simpáticos, visto que o mundo está cheio de pessoas antipáticas e desagradáveis - aproveito para informar os antipáticos que a antipatia não marca a diferença, mas sim a simpatia -. Para combater este síndrome há que tomar algumas atitudes e os antipáticos e snobs deixarão de fazer parte da nossa sociedade, pois serão a caca desta. A antipatia e o "snobismo" deixou de ser "in" e de ser sinónimo de ser alguém importante. Importantes são as pessoas simpáticas e divertidas, pois neste mundo cada vez mais cinzento são essas as pessoas que nos farão encarar o dia-a-dia de outra maneira, bem mais alegre e feliz (ponto final parágrafo).
E me despeço com uma grande broa noite para todos os simpáticos e antipáticos deste país e arredores.
Adeu

sábado, março 18, 2006

O Fabuloso Mundo do Hi5

Após muitos convites de amigos lá me decidi a aderir ao hi5, julgando ser mais uma daquelas tretas como lembrar o aniversário e que ninguém liga. Continuo a achar uma treta, o que me surpreende é a forma como as pessoas levam aquilo a sério, chegando mesmo a gerar discussões entre recém namorados por não terem alterado o estatuto de solteiro para comprometido. Este fenómeno Hi5iano transcende-me! Será que as pessoas não têm mais nada para fazer senão alterar "profiles", mandar "fives" e fazer comentários as pessoas que desconhecem por completo?? Bem, eu confesso o meu cepticismo em relação a criar amizades através da internet, que é, aliás, a única função que vejo no hi5. Mas sinceramente as pessoas que querem ser "minhas amigas" apresentam caracteristicas no mínimo aberrantes! Fotografias que eu nem vou descrever (podem ir consultar no meu hi5) e umas mensagens que metem dó!
Enfim, foi só um desabafo. Estou certa de que existem coisas positivas no hi5, como por exemplo, divulgar o blog (lembrei-me agora) e fazer com que o número de visitas aumente significativamente e ganhar dinheiro com publicidade neste respectivo blog! Já estou a ir muito à frente, deve ser do sono!
Fico aguardando comentários que expandam esta minha visão limitado sobre o hi5! Até à próxima.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Silêncio

Infinito na sua potencialidade e riqueza, o silêncio reveste-se de múltiplas dimensões. Para um árabe, por exemplo, estar em silêncio dentro de um grupo de amigos nada tem de constrangedor, uma vez que isso faz parte da sociabilidade e do seu código de comunicação, onde o silêncio é sentido como um prazer sereno.
Os ocidentais, por seu lado, incomodam-se com os longos silêncios dos japoneses, desorientam-se, irritam-se ou questionam a atitude. A este propósito Marc Smedt, autor do livro “Elogio do silêncio”, afirma que “se soubéssemos viver na calma deste silêncio, os nossos assuntos avançariam mais rapidamente, uma vez que os japoneses ponderam, avaliam e tentam perceber intuitivamente o que se encontra por trás das palavras”.
No ocidente, acreditamos que é preciso falar para comunicar, razão pelo qual os silêncios entre as pessoas são sentidos como pesados e nos levam a dizer qualquer coisa para os cortar (coisa que me acontece frequentemente). Já no oriente, o silêncio funciona como uma força poderosa, acabando, inclusivamente, por ser o centro de toda a estrutura da vida e do mundo. “Conhecer a cultura do silêncio é possuir a chave do próprio espírito do Japão”, afirma o autor.

A questão do silêncio tem constituido para mim uma verdadeira crise de identidade. Quem me conhece sabe que eu “falo pelos cotovelos”. Sou capaz de dizer as maiores parvoíces à face da terra só para não ter de passar pelo constrangimento de ver as pessoas caladas. O ruído é, para quase todos nós, causa de stress e tensão permanente. Por outro lado, e sobretudo nas cidades, o ruído tornou-se parte integrante da vida. Funciona, como uma droga e válvula de escape. Eu pessoalmente sou incapaz de passar muito tempo num sitio calmo, longe da agitação da cidade, sem um fundo musical (nem que seja o barulho do metro), movimento, discussões animadas... O silêncio inquieta-me e incomoda-me!
Vivemos, de facto, uma época marcada pela comunicação, pelo reinado da palavra, como se apenas esta nos devolvesse o sentido da existência e nos possibilitasse criar laços e vìnculos com as pessoas. O silêncio é, por isso, visto como algo a quebrar, como se através dele corressemos o risco de descobrir quem verdadeiramente somos, pondo a nu as nossas facetas mais ocultas. O barulho funciona como muro e carapaça!
Mas se por um lado o silêncio pode assustar por nos desarmar, as palavras podem levar as pessoas a criarem ideas sobre a nossa pessoa que não corresponde necessáriamente à realidade, porque se o silêncio nos assusta pelas razões que referi, não vão ser as palavras que vão mostrar o nosso verdadeiro EU.
Enfim, a verdade é que ando um bocado cansada de falar, ando a descobrir que afinal o silêncio é algo essencial e que tem de passar a fazer parte da minha vida urgentemente, até mesmo por uma questão de equilibrio.

Se estiverem interessados em aprofundar o conhecimento sobre os benefícios do silêncio comprem o livro “Elogio do silêncio” de Marc Smedt! Até à próxima!

sábado, janeiro 14, 2006

Alternativas

Não podia manter-me calada perante as constantes criticas do Bruno ao Estado! Impõe-se urgentemente esclarecer um conceito que eu acho que escapa à maioria das pessoas. O que é o Estado, ou melhor, quem é o Estado???? hã?O Estado é o Governo? ou é o Governo que gere o Estado? Nós somos todos os Estado. Felizmente, ou infelizmente vivemos numa sociedade que optou por um Estado de Previdência, isto é, todos nós pagamos impostos para podermos usufruir dos sistemas de saúde, judiciais; das escolas, a preços mais acessíveis, sendo que existe sempre a possibilidade de recorrer a entidades privadas. Assim sendo, não é o Estado o mau da fita, ( tirando os "xicos espertos" que fogem aos impostos e que acham que estão agir muito bem porque estão a roubar o sr. mau que é o Estado, ou seja todos nós) mas sim do Governo que não sabe gerir o Nosso dinheiro! Viver num Estado de previdência implica muito civismo, saber viver em sociedade, saber respeitar os outros.
Claro que nos podemos queixar por o nosso dinheiro ser mal gerido, mas tendo em conta a taxa de abstenção que se verifica em todas as eleições, são poucos aqueles que se podem queixar, porque se não votam é porque também não querem saber como e por quem o seu dinheiro é gerido.
Existe também uma outra solução, (bem mais trabalhosa que o queixar) que é agir, recorrer a organismos para reclamar-mos os nossos direitos, mas isso já é outra história!
Gostaria agora de referir uma solução bancária chamada PPR (plano poupança reforma), já que (e deixando de útopias) vão persistir os "xicos espertos" que não pagam impostos, e aparentemente o Governo insiste em não tomar medidas drásticas que impeçam essa estirpe de crescer.
O PPR consiste na Aplicação Financeira a longo prazo, com o objectivo de constituir um complemento de reforma com vantagens fiscais, assegurando desta forma a manutenção do seu nível de vida no futuro. Para mais informações podem ir a www.bes.pt, entre muitos outros! :p
Espero que com este texto consiga evitar o aparecimento de mais "xicos espertos" e consequentemente angariar menos clientes para as instituções financeiras!!
P.s-> Bruno critica o Governo! :p

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Futuro Pré Morte

Começam agora a dar-se conta que afinal daqui a alguns anos (10) as reformas deixam de ser asseguradas... Eu acho normal.... Mas será que é para toda a gente?

Ora bem... Vou ser franco... eu que me esfolarei toda a minha vida para ter um trabalho e poder alimentar a minha família, chegarei à idade da reforma e não terei direito a esta. Ficarei descansado, pois sei que ao avaliarem o meu caso poderão concluir que me esforcei demasiado ao longo da vida e que isso me desgastou imenso (vários pontos negativos na avaliação).
Quero com isto dizer que na velhice não poderei continuar a fazer o mesmo esforço, logo, a minha reforma será mínima, ou inexistente. Ao passo que quem nunca se esforçou por ganhar milhares de euros no fim de um mês de trabalho, não terá de fazer grandes esforços para continuar a ganhar o mesmo (ou até mais) na velhice, digo reforma. Se neste país existe justiça este é um exemplo de que ela existe e estou mesmo a ser sincero.

Ficaram a saber que de acordo com o nosso passado (laboral) ditar-nos-ão o nosso futuro pré morte. Sendo assim quem teve uma vida laboral sofrida continuará a tê-la e quem teve uma vida laboral pacata também, com a diferença de que quem se esfolou morrerá ao frio e os outros em casa.

Segundo a minha cartomante terei um futuro pré morte gelado... será que serei rico na velhice num país frio?

AMOR

"Mesmo que Dom Pedro não tenha arrancado e comido o coração do carrasco de Dona Inês, Júlio Dantas continua a ter razão: é realmente diferente o amor em Portugal.
Basta pensar no incómodo fonético de dizer “ Eu amo-te”, ou “ Eu amo-a”. Em Portugal aqueles que amam preferem dizer que estão apaixonados, o que não é a mesma coisa, ou então embaraçam seriamente os eleitos com as versões estrangeiras: “I love you” ou “ Je t’aime”. As perguntas “Amas-me?” ou “ Será que me amas?” estão vedadas pelo bom gosto, senão pelo bom senso.
Diz-se que não sei quem é amante do outro, e entende-se logo, maliciosamente, o biscate por fora, o concubinato indecente, a pouca vergonha, o treco-lareco machista da cervejaria, ou o opróbio galináceo das reuniões de “tupperwares” e de costura.
Amoroso não significa cheio de amor, mas sim qualquer vago conceito a leste de levemente simpático, porreiro, ou giríssimo. Quem disser “ a minha amada”- ou, pior ainda, “o meu amado”- arrisca-se a não chegar ao fim da frase, tal o intenso e genuíno gáudio das massas auditoras em alvoroço.
Finalmente um amor é constantemente aviltado na linguagem coloquial, podendo dizer-se indistintamente de escovas de dentes, contínuos que trazem cafés a horas, ou casinhas de emigrantes. ( O que está a acontecer com o adjectivo querido constitui, igualmente, uma das grandes tragédias da nossa idade.)
Talvez a prática mais lastimavelmente absurda, muito usada na geração dita eleita, seja aquela de chamar amigas às namoradas. Isto porque os portugueses, raça danada para os eufemismos, também têm vergonha das palavras namorado e namorada. E, também assim, como se não lhes bastasse dar cabo do Amor, vão contribuindo para o ajarvardamento semântico da Amizade.
“Eu amo-te” é dizer algo que se faz. Dizer “Eu tenho uma grande paixão por ti” é bastante menos do que isso é apenas algo que se tem, mais exterior e provisório. Os portugueses, aliás, sempre preferiram a passividade fácil do “ter” à actividade, bastante mais trabalhosa, do “fazer”.
A confusão do amar com o gostar, do amor com a paixão, e do afecto, tornam muito difícil a condição do amante em Portugal.
É urgente repor o verbo “amar” em circulação, deixar-mo-nos de tretas, e assim aliviar dramaticamente o peso oneroso que hoje recai sobre a desgraçada e malfadada paixão."

Miguel Esteves Cardoso

Mais uma vez começo com um texto que eu já li e reli e que queria partilhar convosco.
Apesar de já ter lido e relido o texto não há maneira de conseguir dizer a palavra Amo-te. Bem, confesso que já o disse uma vez, o que em 22 anos não é nada mau!! De qualquer forma apesar de considerar que este texto caracteriza bastante bem a sociedade portuguesa na sua relação com o amor, gostaria apenas de frisar que considero a banalização do verbo amar igualmente um erro. Dou por mim a ver os putos no metro com as namoradinhas e a dizerem amo-te para aqui amo-te para ali..será que o amor é assim uma banalidade tão grande? Posso dizer que amo alguém depois de ter estado uma semana com essa pessoa? Nesse caso também posso dizer que amo a minha vizinha, ou não?
Eu sempre encarei o “amar alguém” como um sentimento em que nós gostamos das virtudes e dos defeitos, em que nos entregamos completamente para o bem e para o mal, em que apoiamos a pessoa que amamos nas suas decisões mesmo que isso nos custe, tal como fazem os nossos pais. O Amor não existe só quando está tudo bem, muito pelo contrário, quando corre mal é que se vê o quanto se ama, e como tal não me parece que ao fim de uma semana se possa dizer que se ama alguém.
Basta-me clarificar aqui um ponto, para parecer menos utópica! Gostar dos defeitos não é literal, se os consideramos defeitos é porque não gostamos dessas caracteristicas, no entanto essas não são relevantes para que deixemos de amar a pessoa.
E agora que já moralizei e dramatizei o peso oneroso que recai sobre o amor, resta-me despedir e agradecer antecipadamente aqueles que tiverem paciência para ler este testamento, e agradecer aos que já tiveram paciência para ler o outro!