terça-feira, outubro 09, 2007

Apresentação

"Tinha ido ver o "inconvenient truth" ao elcorteingles
não costumo lá ir . não gosto nada daquele ambiente
para mim um cinema é o monumental , não um centro comercial.
Estava sozinho porque vim do trabalho e não me apeteceu ir logo para casa .
O filme é muito importante . gostei imenso de o ver . deixou-me preocupado
aquilo diz : TEMOS TODOS DE MUDAR . DEPRESSA .
Saí de lá cheio de vontade . cheio de acção . quase nervoso .
À procura da saída passei pela secção informática
e de repente já não me lembrava nem do filme nem do aquecimento global

interessei-me por ti . senti-me atraído globalmente . eu todo . se tivesse de explicar a alguém diria :
Ela atraiu-me pela sua elegância e porte
pelo seu cabelo que desejei tocar só para confirmar que fica sempre bem
por muito que se despenteie . por muito vento que faça . sempre gracioso .
Tinha um ar paciente . leve . sério . altivo .
divertiu-me imaginar o seu carácter .
tinha de ser forte . duro . pareceu-me
eu queria muito ter a certeza

depois de me ver livre da camisola meio horrível decidi-me a ouvir a tua voz
poder olhar-te de perto . observar os teus gestos . ver a tua reacção .
Qualquer pretexto seria bom e
a tua voz mostrou-se
era boa . era simpática .
A minha curiosidade cresceu logo
e tu foste para o teu caminho de ronda enquanto eu
lá falava com o senhor a quem coube a ingrata tarefa de me informar sobre um produto que no momento nem queria comprar
depois
um adeus . um adeus claro . limpo . transparente
e lá parti .

Nos primeiros dez passos contente porque tinha conseguido ouvir-te
mas depois vieram uns bons milhares de passos acompanhado da angústia do arrependimento
como podia ser ? eu meti-me contigo . e . não tendo nada a perder não consegui confrontar-nos com o meu atrevimento
eu que queria tanto atrever-me .
Ali ao pé do marquês . ainda no Eduardo VII . sentei-me e pensei
volto para trás! volto sim , tem de ser
mas . e a minha figura de parvo se lá voltar ? e ela ? gostará ? não é muito confortável !
virá um segurança expulsar o maluquinho ?
e a minha mensagem ? qual seria ? iria gaguejar ou simplesmente perder a voz ?
Não era apropriado mas consegui desistir de ti . e pensei que a solução era telefonar-te :
primeiro porque o elcorteingles tem telefone
depois porque havia um telemóvel no meu bolso
não podia ser um acaso esta incrível coincidência ( ! )
E ali . longe de ti . eu conseguia controlar-me
sentei-me para me acalmar e para pensar . escrevi um bocado tentando antecipar as tuas reacções
e sem pensar muito carreguei no chamar .


o conforto da tua voz . outra vez"


Num post anterior, se alguém teve paciência para ler, disse que ia contar a história do ventura pacheco. Não consigo contá-la melhor que ele, por isso, partilho convosco o texto que me fez pensar que vale a pena viver intensamente , renunciando ao medo tanto quanto possível ! :)

Beijos e abraços!

sexta-feira, agosto 17, 2007

Crise Pré 25 Parte II

Olá meus caros não leitores! O que me leva a escrever hoje é, para além do peso na consciência pelo fraco contributo que tenho dado, dar sequência a um post anterior que estava a ler e que me fez pensar, em como, em menos de um ano os nossos receios se tornam realidade!
Lembram-se disto: "Esta cabeça que não para.. começou logo a pensar.. ai estou no último ano do curso, vou ter de entrar no mercado de trabalho, ter a tal vidinha rotineira que tanto me assusta. Casar, ter filhos???? ahhhhhhhhhhhhhhhhhh NÃOOOOOO!! Nunca mais vou ter férias de três meses. É horrível! "?? (Citando-me a mim própria)
Pois é, esse momento chegou, acabei o curso, entrei na vidinha semi rotineira (eu tinha de ser diferente dos outros). Já não posso sair todos os dias, já não tenho férias e continuo a não querer casar e ter filhos!
É fantástico, entramos no mercado de trabalho e 1 semana de férias ganha uma nova dimensão!! Isto parece estúpido, mas vejamos, existe sempre o fantasma do desemprego a pairar sobre as nossas cabeças. Uma pessoa que não aceite um trabalho porque quer ir de férias é no mínimo inconsequente, para não dizer estúpida. Então para ficarmos felizes e satisfeitos pensamos, é na boa, em Dezembro, quando estiver toda a gente a trabalhar, pálidos e deprimidos, vou para as seichelles e morro para o mundo. Seichelles se ganhar o concurso da lipton (que nem concorri).
Quando estamos mesmo determinados, heis que surge uma nova oportunidade de emprego, bem, eu sou jovem, se é para andar de emprego em emprego é agora... ganhar experiência, bla bla. Bem, em conclusão, já me estou a imaginar com 50 anos, com um curriculum de 50 páginas e a pensar na próxima proposta de trabalho que não se pode recusar por causa da crise, e com 50 é bom que não deixes escapar oportunidades, porque eles querem é recém licenciados, e lá se vai mais um ano sem férias. Finalmente aos 70 reformo-me e estou tão habituada a trabalhar que fico deprimida porque já não posso trabalhar. Ring a bell?
Agora que já despejei mais uns quantos exageros vou-me deitar, que amanhã tenho de trabalhar! lol
Apesar de tudo, e para que conste, eu estou bastante feliz. Feliz, feliz, feliz. Ando a pôr em prática a lei da atracção ;)
Beijos muitos e até à próxima!

quinta-feira, junho 14, 2007

Jogo Temporal

Olá a toda a gente e anónimos que nos visitam, aqui poderão ver uma das curtas metragens que tantos anos levei a encontrar. Digam o que vos parece. Beijinhos e abraços.

sexta-feira, maio 25, 2007

Compromissos

Olá, bom dia, boa tarde e boa noite (para quem vê o blog 3 vezes ou mais ao dia)...

Há uma perguntinha na minha cabecinha que me anda a moer há já algum tempo. Porque têm as pessoas necessidade de gastar dinheiro numa aliança para formalizar um qualquer compromisso de relação?

Há as alianças de comprometidos e as de casamento, mas para que servem?
Para que vejamos o dinheiro que têm através do metal do qual é constituída; das pedrinhas que brilham; da cor/tamanho destas (sim, porque o preço também depende da/o cor/tamanho); para que eu e todas as pessoas saibamos que há outra pessoa nas vidas dessas pessoas?

Muito sinceramente o que me interessa saber se uma mulher é ou não comprometida ou casada? Se me interessar saber, pergunto (o mais provável é já saber).

É fofo quando alguém chega ao nosso lado, ou à nossa frente (ou faz-nos uma surpresa e aparece-nos por trás) e nos diz que lhe ofereceram um anel do que quer que seja. Reparem que o tamanho do brilho dos olhos depende do quão valioso pode parecer o anel, embora nem todas as pessoas sejam assim, mas claro que se o anel parecer muito valioso vai-se querer mostrar e andar com ele.

(eu pergunto, não será estúpido que as pedras preciosas sejam lapidadas e polidas? É que se realmente são valiosas deviam ser vendidas em bruto, pois enquanto se lapidam as pedritas vão-se perdendo umas umas pequenas partes destas. ou no preço já está incluído tudo o que se perde? se assim for quem compra uma destas pedras/cristais que brilham também devia ficar com os restos, certo?)

Bem, voltando ao assunto...

Imaginem o tamanho do desgosto de quem comprou o anel, quando a relação acabar (já sei que alguém pensará numa qualquer frase que começará assim: "se formos pensar assim...", para essas pessoas não tenho nada a dizer se não um "OBRIGADO PELO COMENTÁRIO"). Será que vai pedir o anel de volta? Não isso seria de muito mau tom. Será que quem ficou com o anel o trocará por dinheiro? Claro, se teve o desgosto de ver o ponto final da sua relação, ao menos o dinheiro poderá trazer alguma ou muita felicidade, para afogar as "mágoas".

Beijinhos e abraços

(Normalmente os anéis das senhoras são muito mais bonitos, porquê? Porque o homem tem necessidade de saber que pode prender a mulher de qualquer maneira, mas engana-se... quanto mais dinheiro tiver melhor e mais caro será (+dinheiro = -tempo para estar em casa = + tempo passado a trabalhar, logo tem de se compensar a mulher de alguma maneira... e como o faz? Compra o anel mais caro que viu na loja)

Podia continuar, mas já sei que vai haver alguém a dizer que nem toda a gente pensa ou é assim. Eu sei disso, só falo nas pessoas que são assim, mas continuo a achar parvoíce o anel.

E os cachuchos? Já ninguém os usa?

quarta-feira, maio 16, 2007

Inquietação

"A contas com o bem que tu me fazes,
a contas com o mal porque passei,
com tantas guerras que travei já não sei fazer as pazes.
São flores aos milhões entre ruínas...
meu peito feito campo de batalha,
cada alvorada que me ensinas o vento espalha..
Cá dentro inquietação, inquietação, é só inquietação, inquietação, porquê não sei, porquê não sei ainda...
Há sempre qualquer coisa que está para acontecer,
qualquer coisa que eu devia perceber,
porque não sei, porquê não sei, porquê não sei ainda...
Ensinas-me a fazer tantas perguntas,
na volta era respostas que eu trazia...
quantas promessas eu faria se as cumprisse todas juntas...
Não largues esta mão torvelinho,
pois falta sempre pouco para chegar,
eu não meti o barco ao mar para ficar pelo caminho...
cá dentro inquietação inquietação, é só inquietação inquietação, porquê não sei, porquê não sei, porquê não sei ainda...
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer,
qualquer coisa que eu devia resolver...
porquê não sei, mas sei, que essa coisa é que é lindaaa."
J.P Simões + Miguel Nogueira

Uma bela música e uma letra que reflete bem a confusão da inquietação. Hoje deu-me para isto. Deu para a inquietação.
Devia estar a estudar, mas em vez disso estou para aqui a divagar sobre a inquietação... até porque esta falta de vontade me inquieta.
Sinto que estou a bater na mesma tecla, o que tenho de estudar não me trás nada de novo e a verdade é que eu me alimento da curiosidade... enquanto alguma coisa me desperta curiosidade, vivo intensamente... acordo feliz da vida... faço tudo e nada me cansa! O meu curso já não me desperta curiosidade!
Também é verdade que eu construo muitas vezes interesse em torno de coisas que não têm grande interesse, só para me motivar, mas essa capacidade está-me a falhar agora! Logo agora que preciso tanto dela!
Depois a minha tendência para o exagero não ajuda nada... o Iscem caiu-me no goto, e o pior é que quem se lixa sou eu!
O meu pensamento já está a divagar sobre a minha tendência para o exagero... mas falemos disso numa outra oportunidade que eu agora vou fazer um esforço, proporcional á minha tendência para o exagero, para me motivar e estudar!!
Estratégia Empresarial é BOM.. Muito BOM.. voilá..estou mentalizada! Vou estudar!!!
Beijos, abraços e até á próxima!

domingo, abril 22, 2007

Bem Vindo Seja Eu

Olá e boa noite.
Depois de muito tempo sem passar pelo blog para escrever coisas absurdas (ou não), parece que voltei.
Pensava que nunca mais voltaria a escrever, mas sim, voltarei a escrever, mas não hoje. Hoje deixo-vos um vídeo que mostra bem o que faz um homem enquanto se fecha na casa de banho para tomar um duche em comparação com o de uma mulher.
Beijinhos e abraços para todas as Pessoas. Ah e Obrigado Anónimo, por seres tu dos poucos que ainda comentam neste blogue. :D

Como tomar Banho: Mulher vs. Homem

quinta-feira, março 08, 2007

Para quem tiver paciência para ler

Mais uma conversa com um amigo e mais um post que surge! Desta vez a temática foram os amigos...ou melhor, a minha relação com os meus amigos, sendo que no fundo, no fundo estava uma tentativa de análise da minha pessoa. Isto surge no seguimento dos anos de um grande amigo meu.. de longa data, mas com quem eu tenho passado cada vez menos tempo. Rumos diferentes, escolhas de vida, enfim, uma série de factores que fazem com que o nosso grupo se tenha dispersado e isso não interessa minimamente para o caso.
Quem me conhece sabe que eu tenho uma necessidade enorme de mudança, de conhecer pessoas novas.. embarcar em cenas que não lembram a ninguém, correr riscos.. pensar pouco nas consequências dos meus actos.. enfim.. eu gosto de fazer as coisas porque me apetecem no momento e se me apetece faço, ponto. Os meus amigos mais próximos sabem disso.. sabem que se eu desaparecer durante uns tempos, é porque ando entretida com os meus novos amigos ou com aquilo que me apetecer fazer na altura, mas volto sempre á base, mais tarde ou mais cedo. Claro que isto pode fazer confusão.. eu percebo que faça, pode parecer falta de consideração pelas pessoas.. egoísmo extremo, mas eu gosto das pessoas, preocupo-me com elas, a sério. Mas é imperativo ligar constantemente, responder ás mensagens de aniversário de natal de páscoa e de carnaval para ser amiga?? Eu distingo os meus verdadeiros amigos precisamente por aí.. são aqueles com quem posso contar mesmo que ande desaparecida anos. A minha prima é, sem dúvida alguma, uma das pessoas mais importantes da minha vida. Ela veio estudar para lisboa e durante 2 anos praticamente não nos vimos, via-a muito mais vezes quando ela morava em leiria do que quando ela se mudou para cá. Mas sempre que ela ou eu precisavamos uma da outra cá estavamos. Ela andava numa fase.. eu andava noutra.. estavamos bem isso é que importa! Actualmente estamos inseparáveis, não consigo passar 2 dias sem falar com ela, se calhar daqui a uns meses ficamos mais não sei quanto tempo noutra onda.. qui ça.. o que interessa é estarmos bem e sermos felizes (por muito cliché que isto possa parecer)!
A inconstância sempre fez parte da minha vida e eu adoro, chego agora a essa conclusão.
Durante os últimos 2 anos da minha vida achei que devia atinar, fazer as coisas como ditam as regras. Ter um namorado calminho, nada de grandes devaneios, fazer aquela vidinha que não dá para as pessoas falarem... normal! A Renata não chumbou porque foi para uma festa no dia anterior a um exame, a Renata não desapareceu para o fim do mundo sem avisar ninguém.. não! Achei que era isso que eu precisava. Porque isto de fazer o que nos apetece e sermos felizes é terrível.. dá pano para mangas. Ninguém para de falar.. inventam-se as coisas mais inacreditáveis para denegrir a imagem de uma pessoa que faz aquilo que quer. As frustrações das pessoas têm de recair sobre alguém.. e nada melhor que recair sobre uma pessoa que não o é. Meio mundo diz que nos adora, outro meio mundo diz que nos detesta e o mal pesa sempre mais quando fazemos a nossa avaliação pessoal, e foi assim que a Renata passou para o lado dos constantes. Achei que tinha finalmente amadurecido. Estava no bom caminho para me tornar mais uma dos milhões de pessoas frustradas deste mundo. Agora já podia criticar a vida boémia e inconsciente das outras pessoas. Em compensação tinha de me comportar com moderação, responder ás mensagens e pensar no que dizia, porque as outras pessoas podiam pensar que...
Aprendi algumas coisas, bastantes coisas, embora não tenham feito de mim uma pessoa mais feliz.
Á uns tempos escrevi no blog um excerto de um livro do luigi pirandello, (que por sinal ninguém comentou) que perguntava "se por vezes têm uma leve sensação de não serem para os outros os mesmos que para vocês, que fazem? " Eu optei por mudar e adaptar-me aquilo que supostamente era correcto.. não vivi para mim, mas vivi-me de outra forma. E fez-me chegar á conclusão, não de que a opinião dos outros não interessa para nada, mas de que só a opinião de alguns interessa realmente... a das pessoas, de quem nós realmente gostamos (um pleonasmozinho ajuda sempre a dar ênfase á coisa).
Como amiga acho que é necessário dar espaço aos nossos amigos para se viverem de diferentes formas, e se irem descobrindo. Isso não significa que não gostamos deles, muito pelo contrário, respeitar o seu espaço é uma grande prova de amizade.
O meu regresso ao mundo dos vivos deve-se a três miguéis, o primeiro abanou a minha consciência (O Miguel), o segundo (Ventura Pacheco) levou-me a acção e o terceiro (Esteves Cardoso) levou-me á concretização deste post! Sendo que o Ventura Pacheco,( o tal "amigo" da conversa que deu origem a este post) desempenhou um papel fulcral. Por dois motivos, primeiro porque puxou o tópico desenvolvido neste post, segundo porque as circunstâncias em que nos conhecemos, (pode ser que um dia escreva, mas já não vai ser hoje) foram a causa que me levou a repensar, completamente, a vida que estava a levar, foi o grande impulsionador da minha redefenição. Já valeu a pena por isso!! ;)
Em conclusão, cada pessoa desempenha o seu papel na vida de cada um, marcam momentos, uns mais importantes que outros, outros mais duradoures que outros, (não resisto a uma bela redundância) outros passam ao lado! Os que interessam ficam sempre lá.. no matter what!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Crise pré 25

No outro dia fui ao aniversário de uma amiga minha e fiquei.. não sei bem definir como me senti, mas fez-me pensar na minha vida.
Ao contrário do que habitualmente acontece, nesse dia fui a primeira a chegar ao restaurante, o que me permitiu ver todas as pessoas a entrar , a sentarem-se e a contar as principais novidades resumidamente.
Tinhamos todos entre 24 e 29 anos e deparei-me com um cenário em que tudo tinha o seu emprego fixo, filhos a caminho, casamentos planeados ou namoros de anos e anos.. uma vidinha rotineira.. que não é mau.. mas a mim assusta-me brutalmente. Senti-me a caminhar para a velhice em anos luz.
Esta cabeça que não para.. começou logo a pensar.. ai estou no último ano do curso, vou ter de entrar no mercado de trabalho, ter a tal vidinha rotineira que tanto me assusta. Casar, ter filhos???? ahhhhhhhhhhhhhhhhhh NÃOOOOOO!! Nunca mais vou ter férias de três meses. É horrível!
Trabalhar nem é o problema, há muitos anos que trabalho, mas eram trabalhinhos da tanga.. se faltasse um dia não era por isso que ia morrer, aquilo não era para a vida.. não tinha a pressão de ter contas para pagar, a casa, etc.
Agora já sinto o peso de ter contas para pagar.. a partir daqui é uma bola de neve.. contas para pagar, igual a responsabilidade, o que implica não nos podemos despedir no verão para ir de férias.. não podemos faltar porque estamos com uma dorzinha de cabeça porque nos podem mandar embora e depois como é que eu pago as contas???? CAOS!!! (não estou a usar vírgulas de propósito.. é mesmo suposto parecer cansativo.. deixar sem folego).
Enfim.. e estava eu nestes pensamentos cansativos, a comer na cozinha ás tantas da manhã, quando aparece a minha mamã com as suas habituais insónias da madrugada, que confesso já sentia falta, e me apaziguou o espírito.
Ela já tem mais uns aninhos que eu.. dizer coisas destas a uma pessoa com o dobro da minha idade soa a rídiculo. Fartou-se de rir.. e eu estava especialmente inspirada.. só me saiam frases dignas de florbela espanca! eheh Tenho pena de não me lembrar de nenhuma agora! O dramatismo em estado bruto!
Eu sei que exagero.. mas porra, nunca pensam nessas coisas? Eu não sei..acho que há pessoas mais talhadas para a realidade da nossa sociedade que outras. Eu gostava de viver num mundo paralelo.. sem obrigações. Desde pequenina que as obrigações me matam. Os livros obrigatórios a português.. eu que adoro ler, sempre que me obrigavam a ler um livro não conseguia. Só lia depois de já não ser necessário. Será que é crónico?? Começo a ficar preocupada!
Bem.. vamos esperar que isto passe! Beijocas e abraços e até à próxima!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Sim ou Não eis a questão

Já estava mais do que na hora de fazer uma intervenção aqui no blog e escolhi precisamente o tema do aborto para o fazer.
Tenho lido imensas crónicas, notícias, ouvido opiniões, visto programas para me ajudar a votar em consciência. Naturalmente que sempre tive uma forte inclinação para o sim, contudo acho importante ouvir o que o não tem a dizer, e se os motivos forem de facto válidos não sou obtusa ao ponto de não mudar de opinião.
Marcelo Rebelo de Sousa veio de uma forma muito engenhosa levantar a dúvida no seio dos apoiantes do sim. De repente já não se sabe bem em que é que se vai votar. Então mas agora vou andar para aí a bancar os abortos todos? Uma mulher para abortar só tem de pagar a taxa minima e voilá.. sai mais barato que a pilula porque vamos andar todos a pagar?? Realmente assim não!
Fiquei realmente baralhada com as opiniões que se iam levantando do lado do não, parecia que já estavam as leis todas aprovadas e que a pergunta do referendo já não era a despenalização do aborto mas sim a falência das contas públicas e a degradação dos valores morais da nossa sociedade.
Finalmente hoje fiquei esclarecida ao ver o debate prós e contras, que infelizmente dá a horas extremamente tardias o que impede muita gente de ver o programa. Percebi que afinal está tudo em aberto e que, no que vamos realmente votar, é na despenalização do aborto. O aconselhamento e acompanhamento das mulheres, as formas e condições em que vão ser praticados os abortos, quanto vai custar ao estado, tudo isso vai estar em aberto para discussão e aprovação no parlamento. E nada do que foi dito até agora como sendo um facto incontestável o é de facto.
Naturalmente vamos ter de confiar nos nossos governantes, mas como é óbvio ninguém é a favor do aborto e temos de confiar que a gestão do orçamento vai ser feita da melhor forma.
A questão de fundo nem é as mulheres serem presas, porque vão continuar a ser marginalizadas pela sociedade, pelo menos nos tempos mais próximos. A questão fulcral reside na saúde pública e no acompanhamento das mulheres no decorrer de uma decisão desta natureza.
A única certeza que temos é que votar não é manter as coisas tal como estão, enquanto votar sim é tomar uma atitude e acabar com esta hipocrisia.
O que mais me irrita na campanha do não é a forma banal como falam das mulheres que fazem ou fizeram um aborto. Parece que votando sim as mulheres vão todas a correr fazer abortos. Aliás eu já estive a falar com as minhas amigas e se o sim ganhar vamos todas deixar de tomar a pílula para podermos abortar. É a diversão do século XXI.
A Dra Assunção Cristas escreve no blog www.assimnao.org/opinao.htm o seguinte: "Não, o que se pretende é liberalizar totalmente até às 10 semanas a prática do aborto. De modo que a decisão sobre a maternidade já não precisa de ser tomada antes da gravidez". Ouvir isto de um homem choca mas perdoa-se a ignorância, mas de uma mulher?? Tem-se assim em tanta consideração? Isto é o total descrédito do bom senso, já para não falar das emoções das mulheres. Fazer um aborto não é uma decisão nada fácil de tomar. Existem imensas complicações fisicas e psicológicas que podem advir. Não existe nenhuma mulher que decida abortar se não for em caso de extrema necessidade. Esta senhora doutora esteve presente no debate prós e contras como apoiante do não e fez inúmeras intervenções tristissímas, diria mesmo todas! Até corei com vergonha após cada intervenção dela.
Apreciei a boa vontade do lado do não em "desculpar" as mulheres que abortam, no sentido em que não precisam de cumprir pena. É assim uma espécie de longe da vista longe do coração. Podem fazer mas façam-no longe. Não nos façam ter de encarar a dura realidade, que é existirem pessoas que não têm poder económico para sustentar um filho. Mas depois, em total contradição, alegam que querem ajudar, querem dar apoio psicológico, fazer com que as pessoas não recorram ao aborto.
A este propósito houve uma excelente intervenção de uma médica que trabalha na suíça (lamento não me recordar do nome) que dizia não entender como é que uma criminosa pode procurar auxilio se é vista como uma criminosa, "sou criminosa, ajudem-me!?"
Poderia continuar aqui a inúmerar as hipocrisias defendidas pelo não, mas não creio que seja necessário. Já deixei presente os meus principais motivos de indignação. Como diz o professor Marcelo " Basta ter olhinhos na cara" para perceber que as mulheres não são monstros, desesperados por fazer abortos, por dá cá aquela palha.