terça-feira, agosto 02, 2005

Ainda em Chefchauen

Dormi que nem uma pedra e afinal, a pensão, apesar de não parecer segura acabou por sê-lo, pois o ambiente que se vive na "Pensión Ibn Battouta", é bastante familiar.
-Ibn Battouta foi um árabe que se fartou de viajar pelo mundo e fez bastante pela cultura Árabe.-
Duche gelado tomado, fomos tomar o pequeno-almoço (sempre acompanhado de suminhos naturais) e demos uma volta para conhecer a cidade e embora estivessemos dentro dela, também quisemos conhecer a medina.
-Medina é como uma ilha, é uma cidade dentro de muralhas rodeada pela cidade nova, é na medina que vivem as pessoas mais pobres, onde se podem ver as coisas mais tradicionais e onde se pode ver uma maior diversidade de lojas. Nas Medinas há de tudo um pouco-.
Na Medina de Chefchauen, mal se entra sente-se logo uma agradável brisa fresquinha que se deve ao facto de esta possuir umas paredes muito altas e de estarem pintadas em tons de azul como se vê na foto abaixo. São também pintadas as paredes de azul, pois assim afugenta os mosquitos não entrando nas casas.



Nesta foto escura que está aqui em baixo vê-se a praça principal (Plaza Uta el-Hammam) onde estão muito restaurantes e onde se vê um palácio (que agora é um museu). Podem reparar também nas esplanadas e nas árvores que estão no meio da praça. É ou não uma praça bonita?


Depois de uma breve visitinha à medina, era então tempo de, com a companhia do nosso Guia Oficial (dizia ele), dar um passeio até à serra. Serra acima nos levou então para podermos ver de que viviam as pessoas que nela habitam. Agricultura, criação de gado e claro... o cultivo da erva. Esta época é de floração, só em setembro se faz a colheita para ser transformada no tão famoso e ilícito haxixe, polén e um sem número de maneiras diferentes para consumir a tão famosa ervinha.

Depois de visto e fotografado, iniciámos o penoso caminho da volta (a subri custa muito, mas a descer parece que custa ainda mais), debaixo de um intenso sol marroquino.

Passámos pelo hotel e almoçámos numa bela esplanada na praça principal (a que está na foto de cima).

segunda-feira, agosto 01, 2005

Chefchauen

O Taxista deixou-nos mesmo à entrada de Chefchauen mas, para que ele nos pudesse levar até lá, precisou de uma qualquer autorização para passar de uma cidade para outra. Autorização concedida e lá nos deixou onde queríamos.
Acabadinhos de chegar ao centro de uma cidade marroquina e eu já a começar a ficar assustado pois estava a ver o taxi rodeado de Marroquinos a falarem Árabe com o taxista e claro, ninguém a perceber nadinha. Não era nada de maior, soube depois que estavam apenas entre eles a ver quem fazia de nosso guia nem que para isso tivessem de chamar nomes uns aos outros e levantar uma mãozinha. Saimos do taxi e colaram-se logo a nós dirigindo-nos para um qualquer hotel, para que assim tivessem direito à sua comissão (paga pelo hotel). Acabámos por lhes dizer que não precisavamos de guia e iamos dar uma voltinha antes de procurar um hotel.
Um dos mais persistentes guias ia sempre ao nosso lado e ia-nos dando preços de hoteis. Acabámos por aceitar ficar numa pensão que custava por noite 25DH (€2,50). Fomos então levados até lá.
Bizarro... entramos e estava o dono e mais dois ajudantes de mãos atrás das costas, com ar de poucos amigos, mas como se fizesse parte de um qualquer tipo de ritual de boas vindas aos hóspedes. Mostraram-nos os quartos e tive um choque... Um quarto com duas camas apenas, uma mesinha de cabeceira e um mini-caixote do lixo com uma janela e uma porta que não fechava... pensei para mim... "Eu não vou conseguir dormir aqui!". Enfim, deixámos as coisas no quarto e fomos procurar um sítio para jantar. Acabámos por jantar pertinho da pensão e comemos bastante bem por 45DH. Depois do jantar regressámos para descansar e também por não se fazer muito à noite e tudo fechar cedinho.

Algeciras -> Táxi -> Chefchauen

Chegados a Algeciras tivemos de encontrar um sítio que parecesse seguro para deixar o carro durante a nossa estada em Marrocos. Fomos até ao porto e num dos muitos parques existentes, estava uma espécie de arrumador que nos aconselhou um parque para deixarmos ficar o nosso carro enquanto estivéssemos fora (mas o lugar era para permanências num máximo de 1 Hora). Perguntamos ao senhor se era seguro deixar ali o carro e ele respondeu-nos apontando para outros carros e referindo que eles já lá estavam há 3 dias ou mais. Visto não termos muitas hipóteses resolvemos deixar o carro mesmo ali (tinha um cafézinho mesmo ao lado).
Comprámos os bilhetes de barco para Ceuta e lá embarcámos então numa viagem de mais ou menos 35 minutos.
Em Ceuta apanhámos um autocarro para a Fronteira com Marrocos.
Depois de as autoridades fronteiriças terem verificado e carimbado os nossos passaportes, atravessámos para o lado marroquino da fronteira, separados dos marroquinos que faziam o mesmo.
Demos de caras com uma brutal "Praça de Táxis" e logo aí tivemos de regatear o preço do táxi até Chefchauen (a primeira cidade a visitar). Ficou-nos mais ou menos em 425 Dirhams (qualquer coisa como €42,50), o que foi baratinho tendo em conta o preço que nos foi pedido, talvez o taxista ainda baixasse mais o valor do "aluguer" se eu (inexperiente) não tivesse dado um valor. Para a próxima já sei o que fazer.

Fusos Horários

Iniciámos hoje a nossa viagem em direcção a Marrocos. Saimos da Covilhã por volta das 02:00 A.M., com o objectivo de chegar a Algeciras por volta das 9/10 horas.
Pouco tempo depois de chegarmos a Espanha damo-nos conta de que temos de ir a uma gasolineira, pois o depósito está quase vazio. Procuramos durante pouco tempo e encontramos uma. Reparamos que abre às 7 da manhã e no nosso relógio eram as 5:40. Resolvemos então começar a preparar-nos para descansar um bocadinho da viagem até espanha, pois ainda ninguém tinha dormido nada. Acabadinhos de nos refastelar, alguém se lembra de pensar um bocadinho e dizer: "Mas olhem lá... Espanha não está uma hora adiantada em relação a nós (portugueses)?". Parámos todos por momentos e apercebemo-nos que era mesmo uma hora de diferença, pois quando viramos costas para olhar para a porta de entrada da gasolineira, esta já estava aberta. Foi assim a nossa primeira aventura no primeiro dia da nossa viagem.